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sábado, 20 de fevereiro de 2010

vazada a página de mais um dia

Difícil saber onde pisa, saber estar onde pisa. O homem sente esta dor. Chega ao outro lado e não há diferença. Ele próprio não responde que lugar aquele. Quer colocar palavras em todo canto, simular naufrágios ou paredes onde encerrar o que não sabe ser. Nada faz sentido. Tudo é sentido. As palavras cabem e acabam. Mal acabadas, desmoronam. Pensa em comer, letra a letra, todos os vocábulos. Não existe, no entanto, quem os diga. Uma pequena esfera sem paredes para ricochetear: ele.

(em Entre Paredes e Ondas)

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